2022 é ano de XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira. Entre 16 de julho e 31 de dezembro, Vila Nova de Cerveira será palco deste certame dedicado à produção artística contemporânea. No total são apresentadas cerca de 270 obras, de cerca de 318 artistas de 29 países.
Assinalando 44 anos, a bienal de arte mais antiga da Península Ibérica quer agir e colocar os artistas a pensar o mundo e as suas emergências globais. Através do tema “WE MUST TAKE ACTION / DEVEMOS AGIR” pretende-se refletir sobre questões urgentes como o ambiente e a sustentabilidade, um desafio que lançamos à comunidade artística e ao público em geral.
Com direção artística de Helena Mendes Pereira, o evento irá manter o formato adotado desde a primeira edição (1978), tendo como orientações programáticas: homenagem a Helena Almeida, país convidado – Japão, concurso internacional, artistas convidados, conferências internacionais, residências e intervenções artísticas, atividades em todo o concelho de V. N. de Cerveira, polos de exposição no Minho e na Galiza, projetos curatoriais, oficinas e visitas orientadas e arte em espaço público.
Característico da Bienal Internacional de Arte de Cerveira, o concurso internacional contou, nesta edição, com um número recorde de 1164 obras a concurso, num total de 741 candidaturas de artistas, oriundos de 50 países. Serão, assim, apresentadas ao público, no âmbito do concurso internacional, 96 obras de 77 artistas de 18 nacionalidades, aos quais se irão juntar artistas convidados, maioritariamente premiados em edições passadas.
A singularidade estética do evento reside também na diversidade de narrativas e interpretações, apresentadas em diferentes contextos. Para além da integração de trabalhos no espaço público da ‘Vila das Artes’, e contribuindo para a descentralização cultural, o evento volta a expandir-se pelo Norte de Portugal e Galiza, com exposições em: Alfândega da Fé (Casa da Cultura Mestre José Rodrigues), em Caminha (Museu Municipal), em Monção (Galeria de Arte do Cine Teatro João Verde), em Vila Verde (Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela) e em Pontevedra (Museo de Pontevedra).
Reforçando a internacionalização do evento, a Fundação Bienal de Arte de Cerveira irá dar continuidade ao processo de transformação digital, programando o evento, simultaneamente com exposições e eventos de fruição presencial e online (entrevistas, visitas guiadas, transmissão de intervenções artísticas e de outras ações no âmbito do pensamento).
De referir que, nas últimas décadas, a Bienal Internacional de Arte de Cerveira tem-se afirmado como um dos acontecimentos mais marcantes das artes plásticas no nosso país, sendo um evento de referência para a cultura artística nacional e internacional.
O evento integra a candidatura “Fundação Bienal de Arte de Cerveira: a Arte Contemporânea integrada na sociedade e no mundo” (2020 – 2021 – Apoio Sustentado – Artes Visuais), que conta com o apoio da República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes.
Homenagem a Helena Almeida
Exposição de homenagem a Helena Almeida (1934-2018), artista que reflete muito do espírito expresso neste texto. A exposição terá como título EGO_ERGONOMIA e acontece, precisamente, 40 anos depois da realização, pela artista, da obra Saída Negra” (1982) que, em 1984, no âmbito da IV Bienal Internacional de Arte de Cerveira realizada entre 4 de agosto e 2 de setembro, foi a vencedora do prémio atribuído pela Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira. No total serão expostas 10 obras de Helena Almeida às quais se junta obras de 10 obras de artistas convidados.
Viagem pelo Esquecimento com Ana Mesquita, João Gil e Mia Couto
O projeto artístico “Viagem pelo Esquecimento” vai convidar o público a viajar pelas mais delicadas facetas da História, a partir da videoarte, da música e da poesia de Ana Mesquita, João Gil e Mia Couto respetivamente. Trata-se de um filme tríptico, dividido em 12 temas, que convida o público a viajar pelas mais delicadas facetas da História, num constante apelo à memória do que fomos enquanto Humanidade, em relação às mulheres, aos escravos, aos antepassados, aos migrantes, ao Planeta, às Cidades, à Vida e ao Amor.
O projeto conta com banda sonora de João Gil e arranjos de Luís Figueiredo, 12 poemas inéditos de Mia Couto – ditos por vozes como a dos músicos Maria Bethânia, Manuela Azevedo, Carlão e João Gil, dos atores Diogo Infante e Natália Luiza e do radialista Fernando Alves, às quais se juntam Ana Mesquita e João Gil –, e a videoarte de fotógrafos e cineastas como Ana Mesquita, Isabel Nolasco, Maria João Rodrigues, Mariana Teixeira, António Proença de Carvalho, Henrique Blanc, Pedro Senna Nunes, Sebastião Albuquerque e Vasco Pinhol.