A Fundação Bienal de Arte de Cerveira acolhe, de 16 a 28 de abril, o projeto “VÉRTIGO: Une Lumière Fugitive”, uma investigação ligada ao teatro que reúne sete artistas em residência. A iniciativa inclui um workshop aberto ao público no dia 21 de abril.
“VÉRTIGO” formula, por meio de uma composição dramática, uma pergunta dirigida ao público de modo claro e simples. É possível hoje, um sonho coletivo que não gere pegadas de dor? Trata-se de uma reflexão em movimento sobre a atualidade, o valor e o sentido da arte através do jogo, provocador e clarificador, crítico e festivo, o teatro.
O processo de investigação e a composição conta já com oito anos de procura, de diálogo e de definição, tendo sido escolhido o concelho de Vila Nova de Cerveira para promover a última das suas cinco fases: a composição de uma estrutura de jogo teatral, o curso de teatro “O movimento espiral” e a apresentação ao público.
Assim, durante as duas semanas de residência os objetivos serão trabalhar as linhas de investigação e jogo, promover um curso de teatro sobre o movimento espiral que ajudará os participantes a compreender os princípios que os guiam nesta trajetória (primeira semana) e apresentar a peça ao público (segunda semana).
Durante o encontro a companhia irá dinamizar um workshop intensivo aberto ao público a 21 de abril, com a duração de 8 horas. Esta formação procura aproximar os participantes à compreensão na união do físico e do psíquico dos elementos e as relações tratadas no nosso processo de aprendizagem, investigação e composição. Entre os temas serão explorados: a abertura do espaço, a presença e a luminosidade do corpo, a coluna e o movimento espiral, as mãos e os pés, o passo das atitudes aos gestos, o ritmo e a duração justa das ações, tema e variações, diversidade e unidade, o trabalho com os tubos e o bambu, a canção e o texto.
De acrescentar que “UNE LUMIÈRE FUGITIVE” é um grupo de comediantes que se conheceu nos Cursos Internacionais de Pedagogia para o Teatro, ministrados em Barcelona, entre 2007 e 2013, pela prestigiada pedagoga Monika Pagneux.
Artistas participantes: Vesna Puric, Moïra Tan, Fiona Battersby, Anna Yen, Ángel Simón, Xela Marx e Boris Buscail-Tan
Inscrições e mais informações sobre o workshop: xelamarx@yahoo.es
Sinopse:
Um coro de crianças, testemunhas mudas da ação, assiste ao desastre real: o acidente. O momento que sucede a este envolve-nos numa espécie de ensurdecimento paralisante, no que ressoam a suspensão do sentido e a impotência, obstáculos de uma vida mais bela e impossível. Esta interseção revela uma profunda discórdia dificilmente suportável. O coro desagrega-se, fragmenta-se, dissolve-se. Em cada membro a dor palpita. É o momento de decidir se começar o trânsito que permita apagar as suas pegadas. Não se sabe para onde levará essa viagem, essa contundente solidão.
Noutro espaço, esse lugar comum não identificável, terá lugar um encontro surpreendente.
Entre ecos desperta-se o canto: é possível um sonho coletivo?