Fase 1• 1 – 14 setembro
Luís Plácido Costa (PT)
“Este espaço no tempo não tem duração”| Instalação, desenho, fotografia, vídeo e escultura
O projeto que Luís Plácido Costa trouxe para a Residência teve como objetivo a construção de um corpo de trabalho que através de vários suportes que fossem capazes de questionar diferentes formas de como nos relacionamos com o espaço em redor.
Através de vários estudos e experiências, o artista encontrou aproximações resultantes dessa relação entre o homem e o espaço, como também formas de expressão que demonstraram o afastamento e abandono entre ambos; como se de uma rutura se tratasse, com o deslocamento da matéria, também o desapego e abandono se transformou numa forma de diálogo.
É, no entanto, o vazio dos limites entre o homem e o lugar que teve maior destaque no trabalho desenvolvido pelo artista.
Manuela da Costa Lima (BR)
“Peregrino” | Gravura e escultura
O peregrino é um viajante que se põe a caminhar em busca de algo que não compreende por inteiro. Ele se lança ao desconhecido com bagagem leve, pois sem isso não seria possível ter êxito em seu intento. Desprendido e aberto ele constrói sua relação com os lugares e pessoas que encontra no caminho. A residência de Manuela da Costa Lima em Cerveira foi construída com base nesta experiência de peregrinação.
A artista começou o seu processo na Coruña, trilhando o Caminho Inglês de Santiago de Compostela. A partir dali continuou caminhando até chegar a Cerveira (percorrendo parte do Caminho Português de Santiago). Os dias subsequentes à caminhada foram serão um momento de reflexão e produção, onde essa experiência do caminho peregrino foi transposta ao fazer artístico.
Iago Eireos (ES)
“Nación S.A” | Instalação
Iago Eireos concentrou a sua prática em torno da construção de identidades e crítica cultural, trabalho que foi desenvolvido através de pinturas, fotografias, gravuras, instalações e intervenções em espaços públicos, recorrendo a procedimentos próprios das artes visuais e literatura.
O projeto “Nación S.A” visou um julgamento decorrente de projetos anteriores e incorporou a perspectiva de uma nova linha de trabalho onde interrogou a própria palavra e ideia de Nação, como elemento-chave da experiência moderna do Mundo e território específico, os lugares que se erguem como realidade e os imaginados, a história oficial e as memórias hipotéticas; o método no qual a cultura ganha forma sobre o território e seus habitantes. Mas também as desobediências que envolvem outras geografias e outras leituras possíveis. A constituição de uma nova NAÇÃO anónima em constante mutação.
Diogo Costa (PT)
“Blind Spot” | Desenho / pintura
Numa dicotomia, espaços pintados contrastam com áreas vazias de tela branca que interrompem a observação.
O claro/escuro, o trabalho por camadas e a expressão desfocada do espaço, trouxeram à superfície as qualidades evocativas de uma pintura que se foi desdobrando no tempo da perceção. No ato de omitir, as áreas não pintadas surgiram em tom irónico, para interromper a imagem e explorar a dinâmica presença/ausência.
Diluindo ou evidenciando fronteiras entre bidimensional/tridimensional, dentro/fora, nítido/desfocado, mostrar/evocar, o observador foi submetido a um jogo perceptual que o instigou à contemplação.