Assinalando os seus 40 anos e voltando-se a realizar em anos pares, a XX Bienal Internacional de Arte de Cerveira regressa em 2018, para prestar homenagem a Cruzeiro Seixas. A bienal de arte mais antiga do país volta a marcar o calendário nacional de eventos, de 10 de agosto a 23 de setembro, como epicentro das artes plásticas.
“Sob o compromisso de apresentar ao público as mais recentes realizações artísticas e tendências estéticas, pretende-se que a vigésima Bienal seja um marco de transição para o futuro, partindo das gerações anteriores”, refere o coordenador artístico do evento, Cabral Pinto.
Cruzeiro Seixas, um dos máximos expoentes do surrealismo português, será o artista homenageado através de uma retrospetiva da sua obra plástica e poética, propondo-se uma nova reflexão sobre o movimento artístico. “Tendo-se manifestado muito agradado com este tributo, Cruzeiro Seixas considera fundamental a organização de exposições sobre os artistas da sua geração que, num tempo de ditadura, foram impulsionadores da implementação de novas ideias”, afirmou Cabral Pinto.
Proveniente de uma família humilde, o pintor natural de Amadora nunca teve oportunidade de se dedicar a tempo inteiro à causa artística. É por esse mesmo motivo que a sua obra se apresenta maioritariamente em formato pequeno: “Era o papel que cabia nas gavetas das mesas do emprego”, explicou. Aos 97 anos, Cruzeiro Seixas apresenta-se com sobriedade, clareza de ideias, sendo dono de uma memória prodigiosa.
De salientar que a XX Bienal Internacional de Arte de Cerveira manterá o formato adotado desde a primeira edição, de acordo com o objetivo a que este evento se propõe desde 1978: um local de encontro, debate e investigação de Arte Contemporânea, num programa concertado com a vizinha Galiza e o Ensino Superior.
Nas últimas décadas a Bienal Internacional de Arte de Cerveira tem-se afirmado como um dos acontecimentos mais marcantes das artes plásticas no nosso país, sendo um evento de referência para a cultura artística nacional e internacional. De recordar que é a bienal de arte mais antiga do país e da Península Ibérica em termos de atividade.